sábado, 25 de julho de 2020

Partida

E cedo tu partes para o além, para o desconhecido
Deixas pedaços de saudades neste mundo adoecido. 
E trazes dor, tormento e indignação no coração dos entristecidos. 

Eu ainda prefiro acreditar que tenhas apenas adormecido 
Ou que foste ali pertinho e amanhã, 
Outra vez, estaremos reunidos 
Fazendo planos para o sonho de um novo amanhã… 
Conspirando teorias de vitória sobre a vida vilã. 

Talvez seja possível que estejas aqui agora
Tentando se comunicar connosco… dizendo “Mãe não chora!” 
Talvez o problema seja nosso que não consigamos compreender 
Essa tua nova forma de estar, essa tua nova forma de ser. 
Talvez… 
De repente tudo vira um grande talvez. 

Mas a realidade é um pouco mais cruel do que isso, não é verdade? 
Tu já não estás aqui, só o teu corpo está aí deitado. 
Jovem, formoso… tanto tempo para trás deixado, 
Tantos sonhos idealizados que perderam o significado. 
Agora tudo é luto, agora tudo é escuridão… 
És mais um homem perdido no absoluto, mais um homem que se vai… 
É mais um justo que cai e se perde para sempre na imensidão. 

Nós guardaremos de ti as recordações mais especiais, 
Os momentos lindos que não voltam nunca mais. 
Não permitiremos que morras enquanto estivermos vivos 
Contaremos a tua história e tudo o que aprendemos consigo… 
Diremos sempre, ele foi um irmão depois de um grande amigo 
Que viveu e lutou por suas crenças e não pode ser esquecido.  

Para sempre viverás companheiro…  
Vida longa. 
Vida longa guerreiro. 


(Este poema é delicado ao meu amigo que muito cedo partiu. Ele padecia de Leucemia, mas lutou até o último minuto com um sorriso no rosto. Hoje me sinto triste, procura um sentido para a vida, me lembro dele e não encontro nenhuma saída. Obrigado JM, foste um bom amigo.)

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