domingo, 9 de julho de 2017

Sótão

Sótão 


Não sobrará mais nada
Nem sombras, nem saídas
Tampouco almas penadas.

Memórias do teu sorriso
Não mais me trarão calma
Ou aquela sensação doce de paraíso.


Seguiremos distantes, cada um o seu caminho.
Não há mais o que partilhar
Senão a dura sensação de estarmos sozinhos.



Fomos vizinhos um dia
E escrevi-te um poema singular.
Eramos vizinhos de almas e tínhamos as mesmas coisas para amar.


Haviam borboletas quando tudo era jardim
No meio da praça a palavra amor se lia do impossível
Girassóis voavam alegres de noite dentro de mim


Agora não sobrou nada que não seja o vazio
A sensação de abandono e de desespero
Que eu encontro num coração que tornou-se um sótão frio.

Fidélgio A. Januário

In: Poesias de Rua








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